No que diz respeito ao nível do envelhecimento, poderemos dizer que Portugal se vai “assemelhando” com o Japão:
O maior crescimento do duplo envelhecimento da população registar-se-á no Japão: em 2030, cerca de 40% dos idosos japoneses terá 80 e mais anos de idade.
O Japão é hoje, uma “Super Aging Society”, é o país que possui mais conhecimento e experiência em lidar com a longevidade e poderá ser o modelo ideal para Portugal seguir.
Em março passado, decorreu um seminário liderado pela conceituada Professora Hiroko Akiyama, Gerontologista, Professora Emerita da Universdade de Tokyo, sob o tema “Lesson from a Super-Aging-Society” – Japan´s Smart Approach to the 100 – Year Life”, onde apresentou um estudo de caso sobre a sociedade de longevidade Toyoshikidai na cidade de Kashiwa, província de Chiba, no Japão.
Foi apresentada a seguinte visão:
1) criar uma cidade onde cada indivíduo se sinta seguro e que possa envelhecer e receber cuidados no conforto de sua casa
2) promover comunidades vibrantes onde o indivíduo se possa manter saudável e continuar a trabalhar
O estudo demonstra que a solução passa por cocriar e redesenhar comunidades. Como iremos viver bastante mais tempo, teremos mais coisas para fazer; teremos mais liberdade e disponibilidade para poder redesenhar uma nova vida, podendo ter novas oportunidades e auferir rendimentos acrescidos.
As pessoas devem ter a capacidade e a possibilidade de viverem as suas vidas longas, com significado, experienciando um envelhecimento ativo e saudável.
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À medida que envelhecem, terão que se adaptar às mudanças que surjam na vida, mas de uma forma participada e integrada nas comunidades onde estão inseridas.
De acordo com a Professora, para que se cocriem novas realidades, têm que ser envolvidas todas as gerações para redesenhar uma realidade que permita que as pessoas que vivem até aos 100 anos se sintam integradas, pois esta será a evolução natural que irá ocorrer no planeta. Será a adaptação à nova realidade demográfica mundial.
Defendo que devem ser tomar medidas de forma concertada pela academia, indústria, organizações governamentais e não governamentais, que seguramente terão um forte impacto na nossa sociedade.
Sou de opinião que o Estado deveria comunicar mais e melhor.
Deveria, com alguma regularidade, informar a população nos meios de comunicação social, no que diz respeito:
Demografia
- Informação demográfica sobre a expectativa de vida
- Boletim demográfico para que a população esteja mais consciente da nossa real situação enquanto nação (Índice de Dependência de Idosos; Índice de Dependência de Jovens; Índice de Dependência Total; Índice de Envelhecimento; Índice de Longevidade)
Promoção de Políticas Públicas de incentivo à empregabilidade senior
- Demonstrar que o trabalho é essencial para garantir a subsistência do sistema de segurança social para as gerações futuras
- Explicar a necessidade de prolongar a vida ativa para além dos 65 anos
- Promover o trabalho em regime completo ou part-time depois dos 65 anos como forma de suplemento às reformas que são baixas e perspetiva de vida longa da população
- Promover apoios fiscais para quem prolonga a vida ativa (empregadores e trabalhadores)
- Fomentar o Empreendedorismo Senior através do acompanhamento de Mentoria
A integração dos profissionais com mais de 50 anos na sociedade permitirá o alargamento de oferta de trabalho, benefícios sociais para estes trabalhadores, para as empresas, para o mercado e o estado. Todos beneficiarão.
Estas pessoas sentem-se mais felizes ao abraçarem ocupações/projetos com propósito, seja pelo desenvolvimento de uma atividade profissional, voluntariado, auxílio à família e/ou da comunidade. Querem sentir-se parte da sociedade e contribuir para o seu desenvolvimento.
Preconizo que em vez de procrastinarmos e demoradamente implementarmos medidas para a promoção da longevidade ativa e inclusiva, que outros países europeus já adotaram, poderíamos dar um salto qualitativo e adotar de imediato boas práticas e do que de melhor se faz no Japão.
Se aprendermos com a estratégia adotada pelo Japão, os portugueses ganharão mais rapidamente anos de qualidade de vida, felicidade e o país alcançará um novo patamar de desenvolvimento social e económico.
A sociedade portuguesa precisa conhecer e consciencializar-se do potencial do mercado e do seu retorno financeiro, da tão aclamada “Silver Economy” e apostar nela, pois a Economia da Longevidade veio para ficar!