Quando falamos de propósito, de imediato nos surge a figura de Viktor Frankl, psicoterapeuta austríaco, que sobreviveu a Auchwitz e que desenvolveu o método da Logoterapia.
Um dos princípios básicos da Logoterapia, é que a principal preocupação dos seres humanos não é obter prazer ou evitar a dor, mas antes ver um significado na vida. É por isso que as pessoas estão até prontas a sofrer, na condição, é claro, desse sofrimento ter um sentido.
– Viktor Frankl
No seu livro “O homem em busca de um Sentido”, o autor relata-nos que a Vida é uma Busca de Sentido, vivida na primeira pessoa:
“A mais importante tarefa de qualquer pessoa é descobrir sentido para a sua vida.
Considerou três possíveis fontes de sentido: o Trabalho (fazer alguma coisa significativa); o Amor (cuidar de outras pessoas) e a Coragem em tempos difíceis.
O sentido da vida varia de pessoa para pessoa, de dia para dia e de hora para hora.
Cada um tem a sua vocação e missão específica na vida, para levar a cabo uma tarefa concreta que requer ser concretizada.
A tarefa de cada pessoa é tão única, quanto o é a sua oportunidade para a levar a cabo.
A cada pessoa é questionada pela vida; e à vida cada um pode apenas responder sendo responsável. A logoterapia encara a Responsabilização como sendo a própria essência da existência humana.
A saúde mental está fundada num certo grau de tensão entre o que realizamos e aquilo que ainda queremos alcançar. A tensão é indispensável ao bem estar mental.
Para promover a saúde mental, não devem ter receio de criar uma quantidade razoável de tensão, por meio de uma Reorientação para o sentido da Vida”
Só dessa maneira podemos despertar do estado de latência a nossa vontade e sentido da nossa vida!
Ele cita, neste livro, entre outros autores, Nietzche
“Aquilo que não me mata torna-me mais forte”;
Aquele que tem uma razão para viver pode suportar quase tudo.
Na nossa cultura judaico-cristã, é-nos ensinado que todos temos um Dom, e que a nossa missão de vida é pô-lo a render. Sabemos que quem põe os seus dotes a render, realiza-se, é feliz consigo próprio, com os outros e com a vida.
Quando surgem adversidades severa nas nossas vidas, não compreendemos, nem aceitamos bem o sofrimento e a dor gerada. Questionamos sempre o porquê, o porquê de nos acontecer a nós, quando na realidade poderíamos fazer um outro tipo de análise, uma introspeção profunda, uma paragem, colocando-nos outro tipo de questões.
Para quê? Que ensinamentos podemos tirar desta situação? Para onde nos leva ou pode levar esta mudança na nossa vida? Que transformação faz eco em mim?
Mais tarde, olhamos para trás e descobrimos que o ocorrido tinha um sentido, tinha um significado no processo do nosso crescimento.
Acontece que a descoberta do nosso Dom, pode advir da experiência que nos tocou e marcou.
O povo japonês tem a palavra “Ikigai”, que significa “iki” (viver) + “gai” (razão), próxima das palavras ocidentais “Dom” e “Propósito”.
Segundo aquele povo, cada pessoa possui um ikigai, uma razão de ser e um propósito de vida que é o seu Segredo da Longevidade.
Não é o simples desejo de “trabalhar por diversão” ou permanecer saudável e comprometido, trata-se de manter um forte sentido de propósito ao longo da vida e que pode ir mudando.
Não é simples nem fácil de descobrir: Quando o trabalho é motivado por um propósito pessoal e há alinhamento entre os valores individuais e os valores de uma organização ou da comunidade, ficamos mais satisfeito e produtivos – o que beneficia todos.
O modo de vida dos japoneses é bem distinto do modo de vida ocidental!
As Pessoas com maior sentido de propósito são mais felizes e, por causa disso, são mais saudáveis e vivem significativamente mais tempo. Daí haver uma população centenária tão numerosa, naquele país.
Para nos sentirmos sempre ativos, é preciso ter um ikigai, um propósito que nos guie ao longo da vida e impulsione a criar beleza e benefício para nós e para a comunidade.
O segredo é fazer tudo o que faz, para se sentir bem consigo mesmo; o que quer que o faça sentir que ainda está a contribuir para a sociedade e que sua vida é importante!
Viver o seu propósito de vida fortalece a sua identidade; dá-lhe uma maneira de explicar quem é para outras pessoas e para a comunidade.
E esta é a grande diferença entre a forma como lidamos e como encaramos o envelhecimento e a longevidade. Para os japoneses não existe um corte abrupto nas suas vidas, como situações de transição.
As pessoas vivem, aprendem a desfrutar de uma Ocupação, e convertem-na num prazer, que faz a sua Vida Fluir, até ao fim dos seus dias.
A descoberta desta palavra, deste conceito e deste modo de vida, fez ressonância em mim e eu senti que tinha descoberto o meu ikigai. Daí a agregação das minhas iniciais à palavra ikiGAi para dar nome ao meu serviço de Mentoria.
Quero partilhar e dar-vos a conhecer melhor este modo de vida que muda a forma como entendemos o envelhecimento e a longevidade!
Quero Ser o parceiro das organizações que, no âmbito das suas políticas de responsabilidade social, valorizem a retenção e o talento senior.
Quero Cocriar soluções que permitam sinergias entre as organizações e os colaboradores.
Quero ajudar as pessoas a buscar um novo propósito que dê sentido às suas Vidas.
Seja qual for o momento em que se encontra (ativo, desempregado, reformado) a sua vida pode adquirir um significado mais profundo!
A descoberta de uma nova Ocupação, vai ajudá-lo a viver com mais entusiasmo e a manter-se mais comprometido e mais vivo!
A corelação Trabalho-Propósito-Longevidade mantem as pessoas ativas e com energia. Vai querer continuar a aprender, a importar-se, a contribuir, a desenvolver e a crescer – tudo o que sustenta e garante a sua Segunda Vida – vivida de uma forma Longa, Saudável e Feliz.
Lembre-se: “O melhor de mim está por chegar!” canta a Mariza.