Defini como Missão de Vida, abraçar um projeto com Impacto – Promover a Empregabilidade Senior, que passaria por sensibilizar as pessoas e os Dirigentes das Organizações/Instituições e Responsáveis de Recursos Humanos para o combate da discriminação etária, o preconceito do Idadismo e o estigma associado a senioridade na sociedade portuguesa.
Tal como gerimos a nossa carreira profissional, quero apoiar osprofissionais com mais de 50 anos a melhor gerirem a sua longevidade e a criarem projetos com propósito.
Como me tornei Empreendedora?
Inscrevi-me no projeto “Empreender 45-60” promovido pela Fundação AEP, para me guiar na implementação daquela que era a minha ideia de negócio.
Um Empreendedor é alguém que tem várias ideias de negócios e /ou soluções para salvar o mundo. No meu caso, de uma maneira geral, elas surgem em catadupa!
É pois preciso analisar, decidir, reduzir e afunilar para duas ou três ideias e trabalhá-las intensamente até chegar à necessidade que ainda não está devidamente satisfeita no mercado e assim torná-la numa ideia de negócio vencedora.
O tempo passa e nós queremos ver resultados imediatos, mas quem nos ensina, alerta-nos que é prudente e seguro, testar, voltar a testar, adequar, melhorar e só quando sentimos que conseguimos aprimorar o produto/serviço ao que o cliente pretende, é que estamos em condições de o lançarmos no mercado.
Como sempre estive ligada a causas sociais, considerei que o meu projeto de vida tinha características associadas ao “mundo social”, por essa razão, quis conhecer o setor da “Economia Social”.
Participei num imersivo BootCamp do IES-Social Business School, com a duração de um fim de semana, e foi uma experiência inesquecível!
Pela irreverência, jovialidade e abertura dos monitores, pelas metodologia e ferramentas aprendidas, pelas causas trabalhadas para futuras ideias de negócios sociais e pelas pessoas que participam – ativas, empenhadas e comprometidas em querer mudar a nossa sociedade, visando o bem comum.
Aliada a toda esta experiência de montar um projeto social num fim de semana, elaboramos um Pitch e fomos presenteados com um Júri de Gabarito da “Economia Social” em “carne e osso” para ouvirem e refutarem os nossos Projetos Sociais!
Esta aprendizagem complementar de entendimento do negócio, do mercado, dos concorrentes e dos clientes, exigiu que voltasse novamente à minha ideia original e colocar uns óculos para ver outras perspetivas que não tinham sido consideradas até ali e que faziam todo o sentido.
Arregacei as mangas e fiz tudo de novo com as sinergias de ambas as metodologias de Empreendedorismo aprendidas.
Como complemento desta aprendizagem, não se pode descurar que é essencial estar informado sobre o que se faz no nosso “métier”, noutros quadrantes e noutros países, onde a realidade é semelhante, onde o preconceito do Idadismo também existe, mas num patamar superior, pois já está a ser publicitado e combatido. Esses seniores sentem que algumas Instituições se preocupam com a sua reivindicação e os estão a apoiar, proteger, defender e promover a sua imagem, o seu verdadeiro valor.
O problema da desvalorização do talento sénior, não é só nosso; a questão é que estamos sim, bastante mais atrasados na sua resolução e na mudança de mentalidades de como se veem os idosos e do seu papel na sociedade portuguesa.
É ainda fundamental obter informações fidedignas, resultados de investigações da Academia que tragam para debate e conhecimento geral da sociedade.
Falo com mais persistência sobre a sociedade, a mudança de valores, a falta do cuidado e da atenção que o idoso tem por direito, devidamente consagrado na nossa Constituição da República!
Falo ainda das empresas e instituições que “relevam” o talento sénior. Daquelas que ainda não se aperceberam que a vivência partilhada é garantia do desenvolvimento, do reforço do tecido social e que a interligação de diferentes gerações, geram equipas multifacetadas, mais competentes, mais equilibradas e mais bem-sucedidas!
Não chega sensibilizar e despertar consciências sobre esta temática!
Porque os principais Intervenientes neste processo são as PESSOAS
- Que estão ativas e que se encontram com idade próxima da reforma
- Que estão Desempregadas, longe da idade da reforma, mas que a sociedade as desvaloriza, ainda que sejam a geração nesta faixa etária, mais qualificada de sempre
- Que estão Inativas, que desistiram e estão totalmente esquecidas, mas que irão necessitar no futuro de apoio
- Que estão Reformadas, que pretendem continuar ativas e querem investir para garantir um complemento da reforma
Recentemente, vieram a palco na comunicação social, questões importantes que irão interferir com a nossa vida e a sociedade futura. Falamos de:
- Realidade demográfica do nosso país – da impossibilidade de substituição de gerações
- Ausência de mão-de-obra alternativa, mesmo com a vinda massiva de imigrantes
- Insustentabilidade do sistema social, pela ausência futura de trabalhadores ativos a contribuir e pagar impostos que assegurem o pagamento de reformas
- Necessidade de aprendizagem ao longo da vida e atualizações permanentes de conhecimentos
- Necessidade urgente de criar hábitos de poupança e gestão doméstica, junto da população, para suprimir necessidades futuras
- Valor das Reformas – rendimentos que iremos usufruir não vão corresponder às expectativas criadas, em função do descontos que fomos fazendo ao longo da carreira contributiva
- Necessidade de uma mudança de hábitos culturais dos pensionistas, associados quase exclusivamente ao lazer, saúde e bem-estar
As pessoas com mais de 50 anos, como eu, atravessamos um período singular nas nossas vidas:
Já estudamos, já trabalhamos, já constituímos família, já progredimos, já nos especializamos, já experimentamos fracassos e sucessos, e temos consciência de que ainda iremos viver uma “Segunda Metade da Nossa Vida”, pois a esperança de vida, diz-nos que iremos ter uma vida longeva.
Independentemente da situação em que nos encontramos, “estamos a meio” e temos a oportunidade de construir ou reformular a nossa vida: por diversos motivos não tivemos oportunidade ou não tivemos a ousadia de nos lançarmos num projeto que nos realizasse.
É agora chegado o tempo propício para identificarmos e encontramos o nosso Propósito de Vida e vivermos de acordo com ele!
Está comprovado que as pessoas mais velhas são mais bem sucedidas na criação de negócios, do que os mais jovens. Senão vejamos:
- Acumularam Experiência profissional e de vida relevantes
- Construíram rede de contatos
- Acumularam conhecimentos técnicos (expertise)
- Acumularem conhecimentos relacionais (Soft Skills)
- Adquiriram Resistência e Resiliência
- Já atravessaram por diversas crises, adversidades e sabem como contornar obstáculos
Não podemos continuar a esperar que sejam os outros a resolverem os nossos problemas. Temos que ser nós próprios a resolvê-los, a cuidar de nós e a assegurar um futuro mais promissor!
Todos sabemos que Portugal é um país reconhecido internacionalmente pelo espírito de aventura e de empreendedorismo. O Web Summit veio ajudar-nos a colocarmo-nos na “boca do mundo” e o mesmo acontece ao nível da Inovação Social!
A necessidade aguça o engenho e os portugueses desenvolvem soluções que são aclamadas internacionalmente. Atingimos um patamar que nos permite ensinar e exportar “revoluções sociais” que foram desenvolvidas por nós.
Esta certeza, de que deveremos ser agentes ativos responsáveis pelo nosso futuro, faz com que lance o repto aos “profissionais com mais de 50 anos”, a criarem novos projetos de vida!
O Final do Ano é propício a reflexões, revisões e definições de Mudanças na nossa vida para os anos vindouros.
O que quer fazer da sua vida?
O que quer fazer até aos 90 anos?
Como se vê integrado nas comunidade?
O que pode devolver à sociedade?
Qual o Entusiasmo/Paixão/Desafio, com que quer viver o resto da vidas?
O que quer fazer de diferente na sua vidas, já no próximo ano?
E as empresas o que poderão ter ao seu alcance para reter e atrair talento senior?
Como poderão assegurar uma transição suave dos colaboradores para a Reforma?
Em 2023
Irei acompanhar
- Empresas que queiram reforçar o Pilar Social da Sustentabilidade (ESG) e queiram apoiar os colaboradores com mais idade a planearem com antecedência o seu futuro
- Empreendedores no lançamento de novos projetos
- Desempregados que queiram regressar ao mercado de trabalho
- Profissionais ativos que queiram planear com antecedência a sua transição para a reforma
- Reformados que queiram desenhar um Projeto de vida com Propósito
Se este tema fizer sentido para si ou para alguém que conheça, partilhe, siga-me ou marcamos uma conversa.
Adoraria poder conhecer novos e potenciais projetos!